Plantas Medicinais e Fitoterapia
A Fitoterapia é definida como a terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal (Brasil, 2005, p.35).
O uso das plantas como medicamento remonta aos primórdios da humanidade. A partir do instinto, da observação e do empirismo, o homem foi ampliando gradativamente seu conhecimento acerca das propriedades medicinais das diversas espécies que encontrava disponível em seu habitat natural. As primeiras civilizações se encarregaram de manter vivo o conhecimento adquirido a esse respeito, perpetuando-o para as gerações futuras, principalmente através da tradição oral (Murray, 1995, p.8). E, mais do que isso, desde tempos muito antigos, trataram também de aprender entre si, compartilhando a categorização e o emprego das plantas com finalidades medicinais e alimentícias (Svoboda e Lade, 1995, p.176).
Análises de hábitos alimentares de tribos indígenas e macacos de diferentes regiões do Brasil, com vegetações totalmente diferentes, revelaram um traço comum entre essas populações: há uma preferência por plantas mais evoluídas para propósitos medicinais, sendo a opção por espécies mais primitivas apenas para fins exclusivamente alimentícios.
Ou seja, de maneira intuitiva ou empírica, primatas e civilizações humanas primitivas conseguem selecionar de forma autônoma as plantas que lhes são úteis em cada situação. Isso demonstra haver uma integração ecológica, qualquer que seja a região geográfica à qual pertençam.
Isso quer dizer também que a utilização de plantas com finalidades terapêuticas envolve não só o ambiente físico, natural, mas também todo o tecido social e cultural no qual se insere o ser humano, num processo extremamente dinâmico de criação e recriação.
Por isso, projetos que se ocupem do estudo mais sistemático das plantas medicinais devem considerar toda a complexidade do assunto, já que abrange inúmeras áreas do conhecimento de “forma simultânea”, tais como: botânica; química; farmacologia; biologia; ecologia; ciências agrárias; físico-química; bioquímica; medicina; genética; sociologia; psicologia; educação; política, entre outros (Bertolucci, 2001). Explicitamente, dentro dessa abordagem, de maneira alguma se pode perder de vista a participação ativa e aberta do ser humano em todos os processos. Aliado a essa postura, a “forma simultânea” dá o tom transdisciplinar. Não significa estudar um aspecto e depois o outro, como propõem as metodologias convencionais, mas integrar concomitantemente os vários aspectos emergentes.
De maneira concreta, temos no Brasil a Portaria 971/2006, em conjunto com o Decreto 5.315/2005, que define a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Eles deixam clara a importância do trabalho integrado já na sua própria elaboração, a partir da formação de um grupo de trabalho interministerial e intersetorial com este objetivo.
Plantas Medicinais e Fitoterapia com Supertecnologia Homa
A Terapia Homa e o conhecimento ancestral védico abarcam toda a complexidade inerente ao universo das plantas medicinais e da fitoterapia de forma totalmente espontânea, por seu caráter transdisciplinar e pelo microclima de cura proporcionado por sua prática.
Esse é um campo de estudos atrativo e de suma importância para a humanidade, já que muito do potencial do reino vegetal em termos de princípios ativos está se perdendo em todo o planeta. Isso ocorre devido a vários fatores como o desmatamento excessivo, a poluição, a especulação ou a ganância do ser humano, que o impedem de ver que a natureza e seus recursos não são inesgotáveis. E também porque a sabedoria a respeito das plantas medicinais é geralmente transmitida por tradição oral e as novas gerações foram privadas de receber as informações de seus antecessores: houve uma quebra nesse elo de comunicação, provavelmente pelos motivos acima citados.
No Brasil isso é ainda mais sério, já que nossa flora representa um dos maiores bancos genéticos do mundo, com espécies que são únicas na obtenção de princípios ativos para a cura de várias doenças.
Ideal seria que mais pessoas pudessem praticar a Terapia Homa, aprendessem sobre as técnicas de cultivo da Agricultura Homa, e se dispusessem a plantar, mesmo em pequenos espaços urbanos, em seus quintais ou até nas varandas de seus apartamentos. Aprender a plantar, a colher, a fazer uso das plantas medicinais com a Supertecnologia Homa. Isso ajudaria a criar um ambiente que pudesse ser investigado em moldes acadêmicos modernos, através de pesquisas bem conduzidas, com metodologias mais avançadas, não apenas do ponto de vista do aparato tecnológico empregado, mas na visão ampliada e não preconceituosa do pesquisador. E, mais que isso, é imprescindível que depois os resultados de tais pesquisas saiam das redomas acadêmicas e sejam absorvidos pelos profissionais de saúde, pelos dirigentes e gestores públicos e pela população em geral. Tais atitudes vão de encontro às políticas propostas pela OMS em relação ao tema das plantas medicinais.
Mandalas, Espirais de Ervas e Farmácias Vivas Homa
Para Jung, o pai da Psicologia Analítica, os círculos são universalmente associados com a meditação, a cura e o sagrado e podem funcionar como chaves para os mistérios de nosso reino interior. Se usados para esta finalidade podem nos levar de encontro com os mistérios da nossa alma.
Uma mandala representa o universo, conduzindo nossa mente à configuração do início de tudo, como a grande explosão do big-bang. Em sânscrito, mandala significa simplesmente círculo.
De maneira semelhante, a espiral é uma forma muito frequente na natureza. As conchas, as ondas, o movimento do vento, bem como o crescimento celular, estão associados à forma espiral. Tanto a mandala quanto a espiral são formas ideais para a implementação de hortas de ervas alimentícias e condimentares, que podem se configurar também como Farmácias Vivas. O conceito de Farmácia Viva surgiu primeiramente a partir de um projeto idealizado e conduzido pelo Prof. Francisco José Abreu de Matos na Universidade Federal do Ceará (UFC), que o batizou com esse nome. O principal objetivo do projeto em sua forma original era de “promover a substituição de plantas usadas empiricamente por outras com a garantia de eficácia e segurança disponíveis na região” (SAPIÊNCIA, 2006).
Uma Farmácia Viva é uma Tecnologia Social. Empregando as práticas e metodologias da Terapia Homa, estaremos proporcionando o surgimento de unidades produtivas e de estudo com a abordadem da SUPERTECNOLOGIA HOMA.
Além da prevenção e cura de doenças a partir dos princípios ativos das plantas medicinais cultivadas nessas unidades, pode ser um grande auxílio na redução do stress, como terapia ocupacional e possível geração de renda. Ajuda na manutenção da biodiversidade e recuperação de conhecimento tradicional em vias de desaparecimento. A partir de tais hortas podem ser feitos ricos trabalhos de conscientização comunitária, incluindo informações seguras que vão desde o cultivo, manutenção e colheita das plantas medicinais até a manipulação e uso seguro das mesmas em conjunto com as cinzas medicinais Homa.
Ideal é que tais Farmácias Vivas, mesmo quando implantadas em área urbana, o sejam a partir de um estudo etnobotânico prévio, que vai dar a justa idéia das plantas medicinais regionais e das necessidades e usos das mesmas.
